Nosso novo Pitaco Cultural, agora
trazendo duas grandes obras das Ilhas Britânicas, um whisky single malt escocês
da ilha de Jura e talvez a mais famosa obra de um autor irlandês.
WHISKY
- Jura Origin 10 anos
Não foi minha primeira experiência
com um whisky da Ilha de Jura, mas que me agradou bastante. Talvez não seja o
mais famoso single malt escocês de uma ilha (os de Islay são bem conhecidos),
mas há um toque especial de misticismo nesse que é o único whisky produzido
pelos Diurachs (habitantes da ilha de Jura). Leve e delicado, com um aconchegante
final com toques de mel, tem seu sabor assim descrito:
"Tendo dormido por uma década
inteira num silencioso contentamento, esse sedutor spirit tem um prolongado
sabor de pêra doce, maçãs amassadas e maple syrup com gentis notas de mel,
caramelo, suave alcaçuz e grãos torrados de café."
Minha sensação, assim como outros
whiskys de Jura, é que é possível sentir uma ponta de salinidade ao final,
quase um resquício da ilha onde foi produzido. Talvez não seja tão encorpado como
outros whiskies da mesma destilaria, mas sem dúvidas é uma experiência que
merece ser provada.
LIVRO
- Ulisses (James Joyce)
Sinopse: Um homem sai de casa pela
manhã, cumpre com as tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi em torno
desse esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o
que veio a ser o grande romance do século XX. Inspirado na Odisseia de Homero,
Ulysses é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold Bloom e seu
amigo Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904. Tal como o Ulisses
homérico, Bloom precisa superar numerosos obstáculos e tentações até retornar
ao apartamento na rua Eccles, onde sua mulher, Molly, o espera. Para criar esse
personagem rico e vibrante, Joyce misturou numerosos estilos e referências
culturais, num caleidoscópio de vozes que tem desafiado gerações de leitores e
estudiosos ao redor do mundo. (Site Companhia das Letras)
Em verdade, a escolha de colocar
Ulisses nesse pitaco, além de manter uma temática genericamente britânica, é
uma provocação. Até o presente momento da minha vida, não conheço ninguém que
efetivamente tenha lido Ulisses do início ao fim, eu incluso. Apesar de ser
reverenciado como uma das maiores obras do modernismo, a verdade é que o livro
é absolutamente intragável. Ouso dizer que em verdade talvez o livro jamais
tenha sido lido por completo por ninguém.